Precisamos mesmo falar sobre autismo?
Por Katiane Souza
Ainda que tenhamos um longo caminho a percorrer dentro da conscientização do autismo, isso não significa que ele seja raro. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que haja 70 milhões de autistas no mundo. No Brasil, o número de pessoas dentro do espectro aproxima-se de 2 milhões. Entre elas, cerca de 400 a 600 mil têm menos de 20 anos. Portanto necessitamos cada vez mais de informações sobre o autismo.
No entanto, percebe-se que por mais que se fale, menos se sabe. E o menos que se sabe, se dá diretamente pela falta de conhecimento e a pura necessidade de se colocar rótulos.
Quantas vezes vemos as pessoas serem resumidas a um rotulo de que “Autista vive em seu mundo”. E tantos sintomas, comuns ou não, resume-se de uma forma vulgar e sem critérios ao ser considerado autismo.
Portanto, a cada dia, independente de uma data especifica, precisamos compreender ou no mínimo deixarmos o preconceito e nos distanciarmos da ignorância.
Autismo não é doença
Hoje, conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), o autismo é uma condição que altera o desenvolvimento do padrão da linguagem, a interação social e os processos de comunicação. Assim, o TEA pode causar um atraso ou desvio na aprendizagem em diferentes áreas do desenvolvimento, social, motor, sensorial e cognitivo.
Sinais do autismo começam a aparecer nos primeiros meses da criança. Em alguns casos os comportamentos estão bem notórios. E melhor que a dúvida é o esclarecimento, que deve ser feito por um profissional especializado. Se tem dúvidas, não compare o tempo que os pais começaram a falar. Infelizmente, é comum ouvir: “O pai começou a falar com 5 anos de idade, então é comum essa demora na fala” “Cada criança tem o seu tempo” “Isso é dengo ou preguiça de falar”.
É exatamente nessa condição da comparação, que muitos diagnósticos são tardios e com isso a dificuldade de fazer uma intervenção precoce que possibilita a minimização de comprometimentos na fala, socialização e questões sensoriais.
Existe uma diversidade do espectro, por isso, cada autista é um. E que fique claro: autista não tem cara! Mas, sem sombra de dúvidas, tem coração, assim como seus familiares. Precisamos evoluir e oferecermos, dando espaço para que o individuo dentro do espectro autista se desenvolva da melhor maneira em todas as áreas de sua vida.
A conscientização do autismo não é para satisfazer a necessidade do individuo dentro do espectro e seus familiares, o dia mundial existe para que todo cidadão amplie a sua capacidade de aceitar, amar e respeitar o outro. Pois quando estamos na posição de ver o outro, o olhar para nós mesmos fica mais refinado e com isso podemos evoluir em todos os aspectos.
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